Figura Mítica do Rock sessentista... Jim Morrison, por ele mesmo...



Suas inspirações vinham da geração beat, de James JoyceColin Wilson e Arthur Rimbaud. Mas o que fez com que sua banda se chamasse The Doors foi um poema de William Blake, que diz:

"Se as portas da percepção forem abertas, as coisas surgirão como raramente são, infinitas..." 

Em 03 de julho de 1971, num apartamento em Paris, falece por overdose de heroína, Jim Morrison, o 'lagarto' vocalista do The Doors. 

Jim Morrison - por ele mesmo é um livro-clipping publicado pela Editora Martin Claret e funciona como uma espécie de biografia do cantor, que fez multidões assistirem seus shows na segunda metade da década de 1960. Há trechos de várias entrevistas que ele concedeu ao longo da [curta] carreira, uma cronologia, letras de canções e poemas, bem como a história de sua vida desde a infância até sua morte.. 

"Este é o fim, belo amigo
este é o fim, único amigo, o fim
de nossos grandes planos, o fim
de tudo que estava de pé, o fim
sem segurança ou surpresa, o fim.
Jamais lhe olharei nos olhos
Pode imaginar o que será de nós
Sem limites e livres
ávidos de alguma mão alheia
num mundo desesperado."
The End.

O livro é bem ilustrado, como fotos de Jim em apresentações ao vivo, em estúdio, com a namorada Pamela Courson [morta seis anos depois, também por overdose de heroína], e algumas imagens de sua infância, na Florida. 



Mesmo para aqueles que nunca ouviram The Doors [vocês existem?], é uma leitura de fácil absorção e é possível saber várias curiosidades sobre a vida conturbada e meteórica do cantor. Envolto em drogas, rock n' roll e poesia, Jim era um mito/deus para os fãs, fez apresentações polêmicas, onde fazia gestos obscenos para o público, chegando inclusive a ser preso em um desses shows. Dono de uma voz potente, baixa e envolvente, trazia em suas músicas uma poesia melancólica, mística, com toques xamânicos e vibrantes. Adorava a filosofia indígena, tendo composto Riders on the Storm [um de seus maiores sucessos] baseado num sonho que teve onde vira um caminhão com índios pueblos capotando e seus ocupantes agonizando no asfalto. Ele tinha seis anos na época e jamais esqueceu esse episódio, anos depois fez disso uma música...





Era apaixonado pelo cinema e tinha o sonho de produzir filmes. Adorava roupas feitas com couro de lagarto e andava com um colar que, acreditava, o protegia contra os males. Era um colar utilizado em práticas xamânicas afro-cubanas. Jim era adepto de algumas manias estranhas. Com o tempo e fama da banda, seu vício no álcool e em drogas alucinógenas começou a despontar nos palcos, refletindo em suas performances, muitas vezes catárticas e entorpecentes.



Como Janis Joplin, Jim Morrison faz parte do clube de famosos que morreram aos 27 anos... Com uma carreira meteórica tragicamente interrompida, a banda ainda continuou sem seu famoso vocalista mas não obteve tanto retorno do público. Jim era a alma do Doors, e sua morte selava o fim de uma banda que levou uma verdadeira legião de fãs ao delírio num período em que Paz e Amor eram pregados por comunidades hippies. Aquela voz potente e reverberante silenciava para sempre... Mas até hoje, nunca foi esquecida... 

"Penso que as pessoas resistem à liberdade, pois tem medo do desconhecido. Mas aí está grande ironia... O desconhecido já foi certa vez bem conhecido. Nossas mentes já o detiveram... A única solução é confrontá-lo. Confronte-se você mesmo - com o grande medo imaginário. Depois disso, o medo não terá mais poder e o temor à liberdade se desvanecerá por completo..."

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