Carol, de Patricia Highsmith

Muito antes das séries Orange is The New Black e The L Word, do filme Azul é a cor mais quente e da declaração da talentosa e linda atriz Jodie Foster, o amor e a atração entre duas mulheres já circulava nas expressões artísticas e literárias - a exemplo do romance Carmilla (1872), de Le Fanu. Nos anos 50, a escritora norte-americana Patricia Highsmith trouxe ao conhecimento público "Carol" (original The Price of Salt, tradução de Roberto Grey, editora L&PM, 2013, págs. 296), romance que narra a paixão entre a jovem Therese Belivet e a elegante dona de casa Carol. 

As duas se conheceram na seção infantil da loja de departamentos em que Therese trabalhava para juntar dinheiro, pois seu grande sonho era ser cenógrafa. A beleza e o requinte de Carol chamam a atenção imediata da funcionária, fazendo-a buscar meios de entrar em contato. Dentre sutilezas amorosas e eróticas, acompanhamos a vida de uma jovem que quer realizar seus sonhos profissionais e entender sua opção sexual. Do outro lado, observamos uma mulher em processo de separação, com uma filha e obrigações sociais que não suporta. Além da atração, a vontade de transbordar convenções fúteis e de fugir do tédio de uma rotina sufocada para algo maior, ilimitado e vigoroso são elos de ligação entre as duas mulheres. Uma viagem de carro é o suficiente para deixar que os panos dos bastidores roubem a cena do palco.

Na época da publicação, Patricia Highsmith assinou sob o pseudônimo de Claire Morgan e publicou por uma editora diferente da que lançou seu suspense "Pacto Sinistro" (Strangers on a Train), adaptado para o cinema por Alfred Hitchcock, já que a mesma rejeitou "Carol".

Cena de 'Carol' (2015)

Anos depois, Highsmith disse ter recebido inúmeras cartas de agradecimento e aconselhamento, pois homossexuais e simpatizantes de várias partes do mundo sentiam que tinham uma história que respirava os seus dilemas, prazeres, alegrias e dores. Como a autora destacou, ninguém mais se sentia "obrigado a pagar por desvios, cortar pulsos ou tornar-se heterossexual".

O romance entre Therese e Carol é construído momento por momento e a/o leitora/o pode seguir a trilha das experiências emocionais vividas pelas personagens. 

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Plus:

- Confira a resenha de 'Carol' feita pela Tamara Costa (querida Tam).

- Com lançamento previsto para este ano, a adaptação cinematográfica da história de Therese e Carol será estrelada por Cate Blanchett e Rooney Mara. Confira o vídeo com cenas e imagens do longa.

Comentários

  1. Eu amei esse livro. É uma história bonita com o quê de mistério e tão sutil...tão sutil que as vezes a gente nem acredita que elas tiveram algo. Uma curiosidade, é que antes de anunciarem o filme na minha mente eu já imaginava a Carol sendo interpretada pela Cate :D

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    1. Jura? Eu gostei MUITO da sua resenha! Também achei o livro lindo! Eu pensei na Jodie Foster como Carol. rs. <3

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  2. estou muito ansiosa pra conhecer essa história e ver minha querida Rooney nas telas <3
    E acredite, Marinha: tenho o livro aqui e ainda não li xD
    é algo que ocorre com Lolita, comprei porque queria mt ler e quando tenho, não chega a vontade de me entregar a obra...
    mas lerei, lerei... tudo a seu tempo...

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    1. Ainda não terminei de ler Lolita, Valzita! Estamos empatadas! Hahaha

      Também adoro a Rooney! Linda!

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