A primeira vez que tive contato com a menina Anne foi em um artigo de jornal na biblioteca da escola onde eu estudava, e ao ver aquele rosto senti como se algo me dissesse que eu precisava conhecer sobre sua vida, que ela havia sido alguém na história que eu deveria saber quem era... Eu era uma criança de 11 ou 12 anos, e logo simpatizei com a photo preta e branca daquela menininha judia, que aos 15 anos morrera num campo de concentração nazista, durante a Segunda Guerra Mundial... O jornal não dava detalhes mas falava sobre O diário de Anne Frank, escrito por ela enquanto escondida com sua família em um anexo de um prédio em Amsterdã...
A garota de 11 ou 12 anos cresceu e hoje vos escreve nesse blog. Com a minha integração ao mundo da internet [sim, faz muito tempo desde os meus 11 anos...], pude saber mais a respeito de Anne e sempre tive vontade de ler seu diário, então meu querido namorado me presenteia em meu aniversário de 24 anos. [sim, demorei 13 anos pra finalmente ler O diário de Anne Frank] e posso dizer que foi uma experiência única, repleta de lágrimas e dor, e ao mesmo tempo de felicidade por saber que ela não foi apenas uma vítima anônima da guerra, como tantos outros judeus...
E eis que um dia desses encontro no sebo que costumo frequentar o livro Anne Frank - O outro lado do Diário. Miep Gies e Alison Leslie Gold. A história da mulher que ajudou a esconder a família Frank. Pensei: não é possível, outro livro sobre Anne que eu desconhecia? Seria a mesma história do Diário que já tenho em casa? Mas, resolvi trazer, pois estava por apenas 5 reais, meio gasto, grifado por sua dona anterior... Se fosse repetido, eu doaria pra alguém, mas não foi...
O outro lado do Diário seria a versão de Miep Gies, mulher que ajudou a família Frank quando estava escondida, e que era secretária de Otto Frank na época. De extrema confiança, ela e seu marido arriscaram a vida, junto com alguns funcionários da empresa, a ajudar não só os Frank, mas também a família Van Pels e um dentista amigo de Otto, Fritz Pfeffer. Foram oito pessoas que conviveram escondidas durante 25 meses num espaço pequeno, sem privacidade e tendo o medo como constante companhia...
Miep começa o livro falando sobre si mesma, de quando teve que sair do convívio de sua família após o final da primeira guerra, sendo adotada por uma família holandesa. Ela era austríaca. Fala sobre sua juventude, de quando conseguiu o emprego na pequena firma de Otto Frank e de como conquistou a confiança e estima de seu patrão. Fala também sobre os demais funcionários do escritório e sobre a invasão das tropas nazistas em Amsterdã. Os horrores da guerra e a fuga para o anexo de seus amigos, e o período em que os ajudou, buscando comida - cada vez mais difícil de encontrar - a fim de alimentar a todos...
Entre as páginas, podemos perceber que Miep descrevia Anne a todo momento como sendo uma garota que crescia rapidamente, tanto física como psicologicamente, e tendo que enfrentar as dificuldades que a guerra impunha, Anne acabou amadurecendo de forma precoce, mas sem perder a ingenuidade e fé na bondade das pessoas...
Confesso que em várias passagens do livro senti uma espécie de desconforto sobre a maneira que os judeus eram humilhados pelos nazistas. Eles perderam tudo: os bens, os amigos, o direito de ir e vir, parentes, a própria vida. Tendo que se esconder, fugir, passar fome, serem torturados e conviverem com o medo de serem levados pelos trens de gado pra caminho desconhecido... para a morte... É revoltante saber disso, e não sei se eu conseguiria suportar tanto como eles fizeram... Não só os judeus, mas os holandeses passaram várias dificuldades. A principal delas era a fome, pois a comida do país era prioridade para os soldados alemães... O holandês que se recusasse a contribuir com a Alemanha e o partido nazista também era punido, e Miep passou por maus bocados por conta de sua recusa em se aliar ao partido...
A última parte do livro é sobre a captura da família e amigos, eles foram traídos por alguém que até hoje não se conhece a identidade... O único sobrevivente foi Otto Frank, que tinha esperanças de encontrar ao menos suas filhas Anne e Margot vivas, já que sua esposa Edith havia perecido num dos campos de concentração... Infelizmente sabemos que suas esperanças foram vãs... no final de fevereiro Margot, então com 18 anos, morreu de tifo no campo de Bergen-Belsen, e Anne faleceu poucos dias depois de sua irmã, sozinha, fraca e sem esperanças que alguém de sua família tivesse sobrevivido. Ela não sabia que seu pai havia sido libertado pelo menos um mês antes... Anne encontrou a morte sozinha, desamparada, seu fim foi triste e cruel...
O outro lado do diário emociona porque é um relato honesto e profundo sobre uma mulher que viu de perto os horrores cometidos contra os judeus naqueles anos terríveis. É o relato de uma sobrevivente da guerra, embora não tenha sido presa nem perseguida, mas que convivia com a ameaça contínua de ser pega ajudando judeus, fato que poderia lhe causar a morte, inclusive... Recomendo a leitura para todos que se sintam sensibilizados pela história da menina judia que conquistou o mundo com os seus relatos descritos enquanto esteve escondida. Uma garota que ajudou e até hoje ajuda a muitos leitores de seu Diário, a superarem as dificuldades que a vida nos impõe, e a sempre ter esperança em dias melhores, mesmo que eles não venham... Não seria um sentimento vão, mas sim de como ser forte em meio a tantas adversidades e sofrimento...
Deixo para quem quiser assistir, um documentário sobre a vida de Anne Frank...
O outro lado do Diário seria a versão de Miep Gies, mulher que ajudou a família Frank quando estava escondida, e que era secretária de Otto Frank na época. De extrema confiança, ela e seu marido arriscaram a vida, junto com alguns funcionários da empresa, a ajudar não só os Frank, mas também a família Van Pels e um dentista amigo de Otto, Fritz Pfeffer. Foram oito pessoas que conviveram escondidas durante 25 meses num espaço pequeno, sem privacidade e tendo o medo como constante companhia...
Miep começa o livro falando sobre si mesma, de quando teve que sair do convívio de sua família após o final da primeira guerra, sendo adotada por uma família holandesa. Ela era austríaca. Fala sobre sua juventude, de quando conseguiu o emprego na pequena firma de Otto Frank e de como conquistou a confiança e estima de seu patrão. Fala também sobre os demais funcionários do escritório e sobre a invasão das tropas nazistas em Amsterdã. Os horrores da guerra e a fuga para o anexo de seus amigos, e o período em que os ajudou, buscando comida - cada vez mais difícil de encontrar - a fim de alimentar a todos...
Miep Gies |
Entre as páginas, podemos perceber que Miep descrevia Anne a todo momento como sendo uma garota que crescia rapidamente, tanto física como psicologicamente, e tendo que enfrentar as dificuldades que a guerra impunha, Anne acabou amadurecendo de forma precoce, mas sem perder a ingenuidade e fé na bondade das pessoas...
Confesso que em várias passagens do livro senti uma espécie de desconforto sobre a maneira que os judeus eram humilhados pelos nazistas. Eles perderam tudo: os bens, os amigos, o direito de ir e vir, parentes, a própria vida. Tendo que se esconder, fugir, passar fome, serem torturados e conviverem com o medo de serem levados pelos trens de gado pra caminho desconhecido... para a morte... É revoltante saber disso, e não sei se eu conseguiria suportar tanto como eles fizeram... Não só os judeus, mas os holandeses passaram várias dificuldades. A principal delas era a fome, pois a comida do país era prioridade para os soldados alemães... O holandês que se recusasse a contribuir com a Alemanha e o partido nazista também era punido, e Miep passou por maus bocados por conta de sua recusa em se aliar ao partido...
A última parte do livro é sobre a captura da família e amigos, eles foram traídos por alguém que até hoje não se conhece a identidade... O único sobrevivente foi Otto Frank, que tinha esperanças de encontrar ao menos suas filhas Anne e Margot vivas, já que sua esposa Edith havia perecido num dos campos de concentração... Infelizmente sabemos que suas esperanças foram vãs... no final de fevereiro Margot, então com 18 anos, morreu de tifo no campo de Bergen-Belsen, e Anne faleceu poucos dias depois de sua irmã, sozinha, fraca e sem esperanças que alguém de sua família tivesse sobrevivido. Ela não sabia que seu pai havia sido libertado pelo menos um mês antes... Anne encontrou a morte sozinha, desamparada, seu fim foi triste e cruel...
Anne Frank |
O outro lado do diário emociona porque é um relato honesto e profundo sobre uma mulher que viu de perto os horrores cometidos contra os judeus naqueles anos terríveis. É o relato de uma sobrevivente da guerra, embora não tenha sido presa nem perseguida, mas que convivia com a ameaça contínua de ser pega ajudando judeus, fato que poderia lhe causar a morte, inclusive... Recomendo a leitura para todos que se sintam sensibilizados pela história da menina judia que conquistou o mundo com os seus relatos descritos enquanto esteve escondida. Uma garota que ajudou e até hoje ajuda a muitos leitores de seu Diário, a superarem as dificuldades que a vida nos impõe, e a sempre ter esperança em dias melhores, mesmo que eles não venham... Não seria um sentimento vão, mas sim de como ser forte em meio a tantas adversidades e sofrimento...
Deixo para quem quiser assistir, um documentário sobre a vida de Anne Frank...
O livro O Diário de Anne Frank é incrível, mexe com nossos sentimentos. Depois de saber um pouco mais desse livro, Anne Frank - O outro lado do Diário, fiquei com vontade de lê-lo e saber um pouco mais da convivência deles durante aqueles anos, e também porque Segunda Guerra Mundial é o meu tema preferido de história. Ah, já tinha assistido esse documentário, achei bem legal você ter compartilhado.
ResponderExcluirBeijos!
livrosdawis.blogspot,com.br
Sempre nos ensinam muito tais biografias e período da história da humanidade. O que espero sinceramente é que não existam novas Annes no mundo por conta de tantas ameaças de guerra no mundo hoje em dia. Até quando seremos tao ignorantes moralmente e seremos co duzidos pelo ego, vaidade, orgulho e com isso viver sobre armas e ameaças de guerra? Hoje temos um poder atômico muito pior e certamente devido a loucura dos homens e a cobardia de deles, para haver guerra nuclear ainda não custa. Muita prece a Deus!
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