A Casa do Céu, de Amanda Lindhout

A Casa do Céu é um livro muito real. É a história de Amanda Lindhout, uma jovem cheia de sonhos e que teve que suportar o pior risco num país estrangeiro assolado por guerras: o sequestro.

O livro é narrado em primeira pessoa e me chamou a atenção a narração poética, o tom sonhador com que Amanda começou a contar sua história e gradativamente vai foi tornando um texto sério, real e duro.
Sua infância num lar turbulento onde ela procurava se desligar da realidade dura através das belas imagens nas revistas National Geographic que comprava num brechó.
Desde cedo decidiu o que queria, ela queria viajar, conhecer o mundo e foi esse objetivo que a impulsionou ainda jovem a sair da pequena cidade que vivia para ir morar em Calgary em busca de um emprego que custearia os gastos para que ela realizasse seu sonho. 

Admirei desde o começo a coragem e atrevimento dela. Ela conseguia empregos como garçonete por um tempo só para juntar algum dinheiro e logo partia para uma nova viagem. No começo com o namorado, depois com amigos e por fim sozinha. Destemida. Gostei muito da maneira como ela descreveu os locais por onde passou, suas impressões, emoções, os sustos. Tudo em detalhes. A primeira parte do livro é recheada disso, dos seus relatos de viagem.
Eu mentalmente separei o livro em três partes, mas não é algo difícil de notar. Na primeira temos a vida dela como mochileira, conhecendo lugares e colecionando viagens. Na segunda parte é quando ela começa aproveitar as viagens, para custeá-las e começa a tirar fotos e trabalhar esporadicamente com jornalismo e por fim temos a terceira parte, a mais intensa e crua do livro, que é quando Amanda foi sequestrada juntamente com um amigo quando estava na Somália e foi mantida prisioneira nesse país regido por guerras religiosas e grandes conflitos.

Esse é definitivamente um livro que mexeu comigo. Grifei muito, chorei, sofri juntamente com a autora, torci por ela e senti raiva dos seus algozes. Os maus tratos, a fome, os abusos, a sua esperança e força. Sua história real e chocante me fez pensar e me deixou uma marca. 
"Havia uma linha sutil entre aguentar firme e deixar-se afundar no desespero." pág. 274
Esse livro foi uma cortesia da Editora Novo Conceito.

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