A Menina Que Semeava - Lou Aronica


As vezes, depois de finalizar uma leitura me pego pensando sobre a história e personagens, revivendo tudo de novo, pensando em finais alternativos, imaginando o processo de criação do autor e em suas inspirações para desenvolver e concluir a obra. Gosto de imaginar a vida dos personagens além do livro. Isso acontece geralmente quando me apego à narrativa e ao enredo.

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(livro + caixa + 'essência de Tamarisk')

Foi exatamente o que aconteceu comigo depois de A Menina que Semeava (do original Blue, Editora Novo Conceito, 414 pgnas), que da literatura contemporânea, e do gênero fantasia, foi um dos melhores livros lidos em 2013. Foi uma leitura surpreendente, concernente à criatividade.

A protagonista Becky, é hoje adolescente, mas foi diagnosticada com câncer aos quatro anos de idade. Seus pais estavam na época casados, e depois do choque emocional e do período de tratamento agressivo à uma criança tão pequena, Polly e Chris se separaram porque a mãe, de repente, não suportava mais a presença do pai em casa, fato este que a filha Becky desconhece, mas durante a história pensa algumas vezes a respeito da separação, qual o motivo, e porquê seus pais não compreendem um ao outro. Becky é uma menina linda, boa filha, a personagem mais madura e racional de todo o livro apesar de ainda ser uma adolescente, ela encara a vida como uma menina normal, mesmo caminhando ao lado da incerteza quanto ao seu futuro e com relação à sua doença. Sua melhor amiga, Lonnie, é divertida, um pouco complicada, mas confia e acredita em Becky. É muito companheira e dá todo o apoio, lealdade, cumplicidade à amiga. A amizade delas dá forças a protagonista, mas os pais dela também são parte importante nessa história.

Polly é mãe protetora e amiga, já casada com Al, um padrasto divertido mas um mero coadjuvante, e Chris, um pai amoroso, um pouco imaturo ao me ver, mas talvez essa fosse sua caraterística mais convincente para criar um mundo imaginativo construído juntamente com a filhinha em época de tratamento, para amenizar a dor da realidade.
Chris é biólogo e professor, vê a filha somente nos finais de semana porque trabalha e mora em outra cidade, e durante o período da manifestação da doença de Becky, ele se aproxima gradativamente à filha e se torna importante para desvendar parte da história, o pai e a filha construíram juntos um universo paralelo imaginário que se torna real, como em uma outra dimensão, e o “portal” para chegar ao mundo da Tamarisk, faz do pai um grande companheiro.

A doença se retorna, e vem de repente, o que lhes dá pouco tempo para tratamentos mais intensivos, a leucemia se manifesta rapidamente, e o que salvará Becky é a relação dela com Tamarisk, com a princesa Miea e com os habitantes deste universo.


Lou Aronica pegou um tema bastante delicado, uma criança com leucemia, e fantasiou um universo paralelo em que a protagonista experimenta viver além da sua doença. O desfecho estava logo nas primeiras páginas, mas só soube disso quando cheguei às últimas, depois de ter lido sem parar as últimas 200 páginas. Dou 4 estrelas, e indico aos fãs de fantasia, ficção e sick-lit.

Lou Aronica nasceu nos Estados Unidos, é escritor e editor, principalmente de ficção científica. Como editor, ele começou a Bantam Books e formou a Bantam Spectra para títulos de ficção científica e fantasia. Depois de deixar a Bantam, em 1994, tornou-se editor da Berkley, onde lançou dois selos, Boulevard e Signature.
Em 1995, tornou-se vice-presidente sênior da Avon Books, onde lançou o selo de ficção científica Eos. Deixou a Avon em 1999, após a aquisição da empresa The News Corporation. Desde então vem escrevendo obras de ficção e não ficção.


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Comentários

  1. sou super a fim de ler este livro... histórias assim sempre me deixam 'baqueada' =/

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