O Homem no teto, de Jules Feiffer

Li o Homem no Teto quando era criança, talvez com uns 9 ou 10 anos. Lembro que na época me identifiquei muito com o personagem principal, mas não lembrava o porque. Mês passado fui comprar uns livros no sebo online que tenho costume, e vi que o mesmo estava em promoção e acabei levando-o bem baratinho.

O livro é todo ilustrado e escrito por Jules Feiffer. Na época eu era criança e já lia muitos quadrinhos e livros mas não devo ter me surpreendido com o comentário de Art Spiegelman nas costas do livro, mas quando o recebi e vi agora eu soltei umas boas exclamações (risos), afinal, o livro foi indicado pelo cara que fez Maus, uhu! Eu tinha a vaga lembrança que o livro era bom, porque eu o havia lido há muito tempo, então eu quis reviver a história e resolvi fazer a releitura.

O que devo dizer? Nada como ter uma péssima memória para se surpreender com tudo novamente...a verdade é que eu me lembrava bem pouco da história e tudo foi extremamente inédito pra mim e se o livro quando criança foi bom o suficiente pra que eu não esquecesse o título, então com essa releitura ele me deu motivos suficientes pra se tornar um dos meus livros preferidos.

O Homem no Teto é sobre Jimmy Jibett um garotinho de uns 10 anos que não tem talento pra esportes e não se interessa muito pelos estudos, mas é apaixonado por quadrinhos e desenha muito. Seu sonho é se tornar um cartunista famoso, mas acha que devido a algumas limitações nos seus desenhos (ele não sabe desenhar mãos), não vai conseguir.

O que primeiramente me chamou atenção no livro é que era pra ser um livro para crianças já que é narrado por uma e possui uma linguagem própria pra faixa etária, mas é aí que está o engano. O livro aborda temas demais pra ser apenas um livro infantil, é bem mais do que isso.

Com o correr da história vamos conhecendo os outros personagens sobre o ponto de vista do Jimmy: sua família. Ele fala sobre o pai e como é sempre ocupado e distante para com ele, fala sobre suas irmãs Lisi a mais velha e temperamental, Susu a mais nova e carente de atenção, sua mãe (também artista) que é um pouco avoada e seu fracassado Tio Lester (que é um personagem muito cativante no final das contas).
As ilustrações são uma graça pois o autor coloca na íntegra as histórias em quadrinhos criadas pelo garoto, conhecemos assim os seus personagens: Indiana Jones (que na verdade é seu pai só que bem mais interessante pra ele e mais atencioso), o Mini-Man, o Cabeça-de-bala (que não foi bem ele quem criou mas...só lendo pra saber!) e o...(também não digo).

Achei bonitinho conhecer o mundo sob a visão do garoto porque ele tenta explicar as coisas da maneira que ele entende e a maneira que as crianças veem certas situações podem ser bem peculiares.
O pequeno Jimmy :)
Conhecemos seus problemas, suas dúvidas, seus medos e o livro no final nos passa uma grande lição. Eu sinceramente fiquei muito emocionada nas últimas páginas e terminei o livro sorrindo e chorando ao mesmo tempo! Super indico!

Comentários

  1. Adorei o livro!

    Pra mim livro infantil bom, é aquele que também consegue alcançar o público mais jovem e adulto. Um desse tipo que eu li foi "Meu pé de Laranja Lima", LINDO, LINDO, LINDO! ♥

    Beijos,
    www.ummetroemeiodelivros.com

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    1. Nunca li meu pé de laranja lima, mas tenho vontade. Também acho que os livros infantis melhores são aqueles que encantam também os adultos.

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  2. ai, deve ser mto fofo esse livro *--*
    eu queero rsrs

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  3. Que post lindo, Tamara!
    Adorei. :)
    Reviver histórias da infância é sempre bom, a partir de um quadrinhos então, é mágico. Estava há poucos minutos sentada no sofá com o Olavo enquanto eu mostrava as ilustrações das minhas revistinhas do Batman, ele ficou vidrado! Tinha uns bons anos que eu não pegava nessas revistinhas.
    A sensação é muito gostosa, e emocionante mesmo.
    Amei. <3

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    1. Quadrinhos são uma coisa linda! E mostrando Batman pra o Olavinho? Ensinando o pequeno a ter bom gosto desde cedo né? Hahahahaha

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  4. Que legal! Eu li quando era criança!! Deu vontade de ler de novo! Também lembro muito pouco da história.

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