Phillis Wheatley: de escrava a poetisa.

Phillis Wheatley foi a primeira poetisa negra do século XVIII nos Estados Unidos da América.

Phillis Wheatley por Meredith Bergmann - Memorial das Mulheres de Boston /2003

Nascida em Senegal por volta de 1753 (algumas fontes sugerem que foi em 1750) foi vendida como escrava quando criança ao comerciante burguês John Wheatley de Boston, EUA. Já muito nova, demonstrou ser muito inteligente e ganhou a simpatia da família de John que a ensinou ler e escrever, investindo em sua educação.Quando adolescente, começou a escrever seus primeiros poemas, mas devido sua saúde que era  muito frágil foi enviada a Londres para tratamento médico. Mesmo com sua fragilidade física, publicou seu primeiro livro “Poems on Various Subjects, Religious and Moral” época em que ganhou sua alforria. Protegida pela condessa de Huntingdom, Phillis conheceu a alta sociedade inglesa e ficou conhecida como “Sable Muse”. 

“Poems on Various Subjects, Religious and Moral”

Em 1774, ela voltou aos Estados Unidos no período em que sua “família americana” estava desaparecendo. Sozinha no país, a poetisa conheceu o lado obscuro da América para os negros livres: preconceito, pobreza e opressão conjugal.
Escravidão, problemas raciais, cultura africana versus cristianismo foram os principais temas de seus poemas. Phillis foi a voz de muitos de seus conterrâneos oprimidos no Novo Mundo.
On Being Brought From Africa to America é um de seus poemas e que infelizmente não encontrei tradução. Que um raio atinja minha cabeça (risos) se eu profanar esse tesouro, tentando traduzi-lo. Então, transcrevo aqui, desejando que cada um sinta a força e a beleza do poema de Wheatley por si mesmo.

It was mercy brought me from my Pagan land,
Taught my benighted soul to understand
That there's a God, that there's a Saviour too:
Once I redemption neither sought nor knew.
Some view our sable race with scornful eye,
"Their colour is a diabolic die."
Remember, Christians, Negros, black as Cain,
May be refined, and join the angelic train.


Fontes: 
A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros - Antonio Risério 

Até a próxima!

Comentários

  1. Seu texto me lembrou um video que sempre me arrepia, e certamente, vem a calhar: http://www.ted.com/talks/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html?awesm=on.ted.com_3k&utm_campaign=ted&utm_medium=on.ted.com-ChimamandaAdichie&utm_source=blog.ted.com&utm_content=site-custom

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  2. Pat, sei bem o porquê da identificação com este poema, é a nossa cara, eu diria. :)

    Vi o vídeo da Senegalesa até a metade, mas verei o restante à noite, adorei o ponto de vista dela, ótima argumentação.
    Temos sorte de no Brasil termos uma das literaturas mais ricas, são diversos os gêneros e escolas literárias, pena que o brasileiro não saiba interpretar texto na escola e acaba por odiar a literatura brasileira... estou lendo Dom Casmurro e apaixonada por Machado de Assis (me perguntando incessantemente enquanto leio, "como é que não li isso antes meu zeus!!!!")

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