Quase um ano atrás, sem nenhum tipo de conhecimento prévio sobre enredo ou sobre a popularidade da história, comecei a ler os livros da Trilogia Millenium, de Stieg Larsson. Quando peguei aquele primeiro volume chamado "Os homens que não amavam as mulheres", tão gordinho, lembro que pensei: "espero que essa história me cative a ponto de eu conseguir terminar pelo menos esse volume". Um vidente riria desse comentário, porque além de ter ficado obcecada por tudo o que envolve a trilogia, a protagonista, Lisbeth Salander se tornou a melhor personagem que já tive o prazer de ler na vida.
"sou mentalmente incompetente"
Conforme comentei nesse post, a Trilogia Millenium é um livro que fala sobre misoginia. Nossa protagonista, Lisbeth, é uma jovem que foi declarada mentalmente incompetente pela justiça Sueca e só pode viver em sociedade porque tem um tutor. Conforme as páginas passam é possível ver o quanto essa personagem, que passa por todo o tipo de situações adversas e teria diversos motivos para permanecer internada em uma clínica psiquiátrica, reage e luta.
Olhando essas duas personagens (adaptações dos filmes americano e sueco, respectivamente), você acha que simpatizaria por elas?
Rooney Mara, a atriz que a interpretou no filme Hollywoodiano, disse em uma entrevista que "é curioso ver que tantas mulheres normais tenham vontade de ser como ela". E é. Representada da mesma forma como é descrita no livro, Lisbeth é "uma pálida e anoréxica, jovem, com cabelo curto e bagunçado, e de piercings no nariz e na sobrancelha. Tinha uma tatuagem de vespa no pescoço, uma tatuagem de laço em volta do bíceps do braço esquerdo e outro no seu tornozelo esquerdo. Quando usava camiseta regata era possível ver parte de sua tatuagem de dragão pelo ombro esquerdo. Se veste como um clássico adolescente "rebelde sem causa". Por que ela é especial?
Lisbeth, por todas as situações que viveu, não confia em nada e em ninguém. Ela sabe que há homens ruins, a começar pelo seu próprio pai, e sabe que há diversas mulheres que sofrem nas mãos desses homens, tendo sua mãe como primeiro exemplo. Ela encontra no jornalista Mikael Blomkvist uma espécie de amigo, apesar de ter passado toda a sua vida em misantropia. A partir do momento em que ela o ajuda e, no futuro, acaba precisando da ajuda dele, refaz os caminhos que a levaram a ser internada, injustiçada, e busca vingança (ou justiça) pelos seus próprios métodos.
"nunca enfrente Lisbeth Salander. Sua atitude com o resto do mundo é a de, se alguém a ameaça com uma arma, ela terá uma arma maior"
Não dá pra contar aqui o roteiro da história sem falar demais. Apenas observem as fotos que ilustram esse post, e reflitam sobre como um personagem tão aparentemente repulsivo pode ter conquistado (nas telonas e nas páginas) tantos admiradores incondicionais. Deixo então uma lista de links interessantes para quem quiser conhecer um pouco mais sobre essa mulher sensacional:
- Artigo da Eliane Brum (Época) - Por que amamos tanto Lisbeth Salander?
- Trilha sonora feita por fãs dos livros e filmes, que sugerem o tipo de música que ela possivelmente escutaria.
- Tumblr que reúne cenas dos filmes baseados na trilogia.
Lisbeth é uma personagem bastante carismática, embora quem leia por cima as descrições deste post (que, aliás, é ótimo e finalmente foge daquela chatice imensa que são as "metas de leitura") talvez não consiga perceber. Indico os livros fortemente. De qualquer forma, texto muito conciso e bem escrito. Parabéns.
ResponderExcluirPoxa Paulo... então! Considero muito difícil falar sobre as coisas que eu gosto e essa trilogia é minha favorita da vida.
ExcluirComo já havia feito um post sobre os livros e os enredos separadamente, decidi não me aprofundar nessa parte (o que pode ter prejudicado um pouco o entendimento mesmo), e falar só superficialmente sobre a personagem.
Muito obrigada pelo seu comentário!
Nossa, vocês estão arrasando nos posts desta semana da mulher!
ResponderExcluirAnna, você fez algo que até então ninguém tinha feito comigo: me fez ter vontade de ler esse livro. Obrigada (Eu adoro ficar com vontade de ler um livro!)!
Claire.
Claire, que honra esse teu comentário.
Excluir:~~~
Um dos melhores livros que eu li, está no meu top 10, e porque, como disse Eliane Brum, amamos tanto Lisbeth Salander? Porque amamos tanto a Trilogia Millenium? Não posso dizer pelos outros, mas eu amo porque o livro é impregnado de mulheres fortes, corajosas e que não ficam chorando submissa pelos cantos pelo homem amado, porque o que elas querem é respeito. E sim, a Lisbeth é minha heroína, Stieg Larsson e sua mulher Eva Gabrielsson acabaram se tornando meu herói e heroína também, por serem feministas, ativistas e lyndos.
ResponderExcluirE bom, como o próprio nome original do primeiro volume diz esse livro trata de homens que odeiam mulheres, só que aqui no Brasil e em outros países também ficou a tradução sonsa de Os homens que não amavam as mulheres, como se não amar e odiar fosse a mesma coisa. Mas né vivemos em uma cultura onde você pode ofender como quiser uma mulher, mas não pode dizer que existem homens que odeiam mulheres.
Enfim Lisbeth eu te amo!
Kely, também observei esse lance da tradução, mas aqui ainda não foi tão ruim quanto nos Estados Unidos que virou "a garota com tatuagem de dragão". Aquilo foi um soco no estômago mesmo!
ExcluirObrigada pelo comentário!
(ouvindo a trilha sonora)
ResponderExcluirDesde que vi o filme americano, meu interesse foi desperto pela personagem, lógico! Você me conhece, sabe de várias situações que passei na vida, rolou afinidade com Lisbeth. Depois leio tua resenha, e caral&%$, não tinha mais porquê adiar a compra e leitura da trilogia. Tinha. Dinheiro. Falta de. Até que, há duas semanas ganho o livro 1 da Marina (peito cheio de alegria), e toda hora que passo por ele, ele me chama na estante... pego, folhei-o, leio uma ou outra frase, mas a ideia era ler ele só depois de outros que também precisam ser lidos. Mas olha, depois desse texto, acho que ele será o próximo. >.<
Eni, eu amei essa trilha. Só descartaria a música do Green Day que acho que não tem nada a ver. O hilário é que com essa atitude punk-rocker dela, ela não sabia absolutamente nada de música nenhuma, apenas vestia o que considerava agressivo, independente da banda.
ExcluirPelo contrário, Eni. Ele sabia das bandas, de gírias de gente jovem e tudo o mais. Tem inclusive um personagem chamado PLAGUE, que também é hacker, que escuta todas essas músicas que a Lisbeth deveria escutar. :)
ExcluirGente, eu amo música e tudo mais, mas acho que música é o de menos nesse enredo todo. Lisbeth é tão perfeita como é, completa, eu diria.
ExcluirAnna, parabéns pelo texto. Lisbeth é maravilhosa e vc conseguiu ilustrar isso bem!
Mi, obrigada!
ExcluirCara, eu não consigo descrever em palavras o quanto sou fascinada por essa personagem. Eu queria ser ela, estar com ela, abraçar! :(
O legal é que, quando você lê o livro da Eva Gabrielsson, esposa do Stieg, ela conta como foi o processo de escrita do livro, ela fala sobre ajuda grande que ela deu, e conta também que muitos dos personagens do livro são baseadas em pessoas reais do circulo de amizades deles e uma coisa que achei interessante que eu não havia nem me tocado (sonsa pra caramba) é a questão das tatuagens da Lisbeth, cada uma ela fez para um inimigo e cada vez que ela apagava uma é que ela tinha acabado com um inimigo.
ResponderExcluirE sim Anna a tradução para o inglês foi a pio "A garota com a tatuagem de dragão" WTF?
Oh, Lisbeth *---------------*
ResponderExcluirEu tomei conhecimento dessa história porque na faculdade uns professores me falaram que eu deveria assistir o filme na versão americana, de uma personagem que era super parecida comigo. O.o Aí fiquei curiosa. Depois, um monte de pessoas começaram a me falar que achavam que eu tenho os traços bem parecidos com Rooney Mara, então resolvi ver a versão americana. Tipo... eu me APAIXONEI POR LISBETH. Até minha mãe viu uma imagem de Rooney [como Salander] e pensou que era eu xD
Eu tô DOIDA pra ler essa trilogia, mas nunca aparece dinheiro pra comprar... tô quase vendendo alguma coisa minha pra poder comprar kkkkkkkkkkkkkkk
Adorei o post, mandou muito bem...
Lisbeth é tão tão *--* aiaiai...
eu queria SER Lisbeth, eu queria fazer AMOR com ela. Simplesmente linda, perfeita, tudo *__*
Parabéns pelo post...
bjs...
http://torporniilista.blogspot.com.br/
Anna, PQP...fantástica resenha!
ResponderExcluirQuero conhecer essa moça (risos) e misoginia é um tema que muito me interessa!
Agora que estou tendo tempo de ler todos os posts da semana e comentar, ta todo mundo mandando ver heim?
ADOREI!