In memoriam: Escritores e seus túmulos (Parte III)

Acompanhe as anteriores Parte I e Parte II.
Sempre quis saber aonde estão enterrados meus ídolos literários, e vocês?

Charles Dickens

Charles John Huffam Dickens, mais comumente conhecido como Charles Dickens, é o nobríssimo escritor de “Oliver Twist”, “David Copperfield” e dezenas de outros romances mundialmente lidos. Caracterizações grotescamente cômicas, enredos intrincados, descrições sugestivas da atmosfera e consciência social perpassam a ficção de Dickens. Nasceu em 7 de fevereiro de 1812 em Portsmouth, Inglaterra e casou-se jovem, teve 10 filhos com a esposa, Catherine. Sua filha Katey afirmava que ele havia morrido de tanto trabalhar no inacabado “O mistério de Edwin Drood”. Faleceu aos 58 anos na Inglaterra em 9 de junho de 1870 e está enterrado no Highgate Cemetery, Londres, Inglaterra.


“Os filhos dos mais nobres não estão sendo educados, mas sim arrastados.” - A casa soturna


Henry David Thoreau


Autor do icônico “Walden, ou A vida nos bosques”, reconhecido atualmente como um dos clássicos americanos, Henry David Thoreau é natural de Concord, EUA. Em 1817, aos 12 de julho, nascia este estudante, professor, faz-tudo, eremita, naturalista, filósofo, manifestante, homem de letras e escritor. O estilo da prosa de Thoreau, robusto e complexo, complementou sua inspiração filosófica na natureza e a forte oposição à escravidão e à injustiça. Está sepultado num dos cemitérios mais lindos, e tem uma das lápides mais belas que já vi, por retratá-lo em essência, um homem tão simples, de mente tão inteligente. Faleceu em 6 de maio de 1862, de tuberculose, e está enterrado no Sleepy Hollow Cemetery, Concord, MA.


“Fui para os bosques viver de livre vontade. Para sugar todo o tutano da vida. Para aniquilar tudo o que não era vida e para quando morrer, não descobrir que não vivi.” - Walden


Emily Brontë


A inglesa nascida em Thorton, Yorkshire aos 30 de julho de 1818, conhecida por sua obra “O Morro dos Ventos Uivantes” lançado quando Emily Brontë tinha vinte e nove anos, foi uma romancista da escola romântica que registrou recantos selvagens da alma, bem como das charnecas de Yorkshire, onde viveu e cresceu. Faleceu um ano após ter escrito seu único romance, em 19 de dezembro de 1848, com tuberculose, e foi enterrada na igreja de St. Michael and All Angels Cemetery, Haworth, Oeste de Yorkshire, Inglaterra.


“Não importa do que sejam feitas – a minha alma e a dele são uma só.”
- O morro dos ventos uivantes


Charles Baudelaire


Francês, nascido na capital aos 9 de abril de 1821, Charles Baudelaire foi crítico, poeta, tradutor e fundador do movimento simbolista. A poesia de Baudelaire criou polêmica por sua descrição do amor sagrado e profano, da moralidade, da morte, e do erotismo. Suas obras mais famosas são “As Flores do Mal" (poesia) e “Paraísos Artificiais” (ensaios) em que descreve suas experiências com o vinho, o ópio e o haxixe. Sua saúde física e mental foram bastante comprometidas devido a sífilis, passou o último ano de sua vida em um sanatório parisiense. Faleceu aos 31 de agosto de 1867, e está sepultado juntamente com sua família no Cimetière de Montparnasse, Paris.


“Deus é o único ser que, para reinar, nem precisa existir.”- Charles Baudelaire


Fiódor Dostoiévski

Autor de “Crime e Castigo”, “Notas do Subsolo”, “O Jogador” dentre outros, o romancista russo Fiódor Dostoiévski nasceu em 11 de novembro de 1821 em Moscou. Um dos escritores mais lidos do século, cujos poderosos dramas a respeito da confusão moral marcam o início da moderna ficção psicológica, morreu em 9 de fevereiro de 1881, de uma hemorragia pulmonar associada com enfisema e ataque epiléptico. Foi enterrado no Cemitério Tijvin, dentro do monastério Alexander Nevsky em São Petersburgo. Estima-se que o funeral foi assistido por cerca de sessenta mil pessoas.




“Sumidouros que sibilam, entram em ebulição e nos sorvem.”
- Virgínia Woolf, sobre Dostoiévski


Na quarta parte teremos Leon Tolstói, Lewis Carroll, Bram Stoker, R. L. Stevenson e Arthur Rimbaud.

See you.

Comentários

  1. Dickens e Dostoiévski!
    E de brinde tem Baudelaire, Thoreau, etc. etc. ;)
    Embora inacabado, O Mistério de Edwin Drood é estupendo!

    Claire.

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    1. Claire, eu só soube da existência desse título do Dickens durante as pesquisas para esse post, desconhecia mesmo! Fiquei curiosa para conhecer este que, segundo a filha do escritor, foi sua causa mortis.
      Espero que tenha gostado. :)
      Beijão.

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  2. Cemitérios e ótimos autores? Coisa linda!

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    1. Tamara, juro pra você que estou "realizando um sonho" com esta série de post, que aliás, promete ser infinda, porque ainda tem muita gente para citar e conforme eu for lendo novos sempre surgirão outros e outros e nunca terá fim amém. rsrsrs

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  3. Sonho: Visitar a casa de Charles Dickens e o túmulo. (P.s: e olha que não visito nem os túmulos dos meus familiares).

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    1. Pat, também não sou de visitar o túmulo dos parentes e até evito entrar em cemitérios (acho lindo, adoro as imagens, mas sinto o "peso" e a energia que o vivos depositam no local, logo evito), mas não morro antes de conhecer o mausoléu de Álvares de Azevedo, no Rio. Este é o meu sonho. rs

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  4. Oi Eni !! Puxa já vi tantas referências de Baudelaire mas nunca li nada dele, o que é uma pena. Mas a minha dívida com a família Bronte começa a ser sanada logo, vou ler O Morro dos Ventos Uivantes e depois Jane Eyre.
    Adoro esse post dos túmulos !!
    bjos
    Melissa Padilha
    decoisasporai.blogspot.com.br

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    1. Se vc gosta de poesia, indico As Flores do Mal, Melissa, será um bom primeiro contato com o "maldito" Baudelaire.
      Desejo ótimos momentos de leituras com as irmãs Brontë, são excelentes companhias!
      Puxa, obrigada!!! Isso me motiva a continuar escrevendo-os. :)
      Beijão.

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