501 Grandes Escritores: D. H. Lawrence

O escritor modernista D. H. Lawrence, inglês,
fotografado em 1930

Autor influente e polêmico, D. H. Lawrence explorou as emoções humanas, a psique e a sexualidade de forma honesta e explícita, derrubando convenções morais. A união entre o pai mineiro alcoólatra e analfabeto, e a mãe, professora, criava uma tensão doméstica que, aliada à paisagem imaculada de Nottinghamshire, forneceu matéria-prima para suas primeiras obras, o que está mais evidente em Filhos e amantes. O livro beira a autobiografia com descrições vibrantes da vida em uma comunidade de mineiros. O personagem central, Paul Morel, é incapaz de se libertar do domínio da mãe, o que afeta seus relacionamentos com outras mulheres. Parece com um estudo psicanalítico do autor, um tema que serviu de base para muitas obras.

Lawrence com o escritor Aldous Huxley em Bandol,
na França, em 1929

Os próximos romances criaram alvoroço pela temática sexual. O arco-íris acompanha três gerações da família Brangwen, permitindo que Lawrence costure na história mudanças emocionais e sociais e, ao mesmo tempo, examine habilidosamente os desejos sexuais e os relacionamentos. O romance seguinte, Mulheres apaixonadas, gira em torno de duas irmãs modernas e educadas, e de suas aspirações na vida do amor.

A fênix de Lawrence, símbolo poderoso que o escritor
costuma usar nas capas de seus livros.

Perseguido pela reputação de escritor subversivo, Lawrence deixou a Inglaterra e, mesmo assim, voltou a ser vítima dos censores, ao concluir seu romance mais famoso, O amante de Lady Chatterley. Trata com delicadeza de um caso entre Lady Chatterley e o guarda-caça Oliver Mellors com descrições gráficas de relações sexuais e palavrões. O livro continuou proibido até 1960. Apesar da péssima reputação em vida e de receber críticas das feministas pela representação da mulher em seus livros, Lawrence hoje é considerado um importante escritor modernista, responsável por afastar a ficção das normas morais e sociais vigentes na era vitoriana.
(Simon Gray)

Peregrinação selvagem
Acusado de espionagem e confinado a uma casa na Cornualha, Lawrence optou pelo exílio voluntário após a Primeira Guerra Mundial. Denominou a experiência de “peregrinação selvagem”. D. H. Lawrence e a esposa Frieda viajaram pelo mundo, o que inspirou Lawrence a escrever alguns dos primeiros livros de viagem em inglês que obtiveram amplo reconhecimento. O casal atravessou a Itália, como consta em Sea and Sardinia, antes de visitar o Sri Lanka e a Austrália, experiência registrada no romance Canguru. Mas os melhores textos de viagem talvez sejam aqueles resultantes do tempo que passou nos Estados Unidos e no México, descritos em Mornings in Mexico.

Principais obras
Romances
The White Peacock, 1911
The Trespasser, 1912
Filhos e amantes, 1913
O arco-íris, 1915
Mulheres Apaixonadas, 1920
Canguru, 1923
A serpente emplumada, 1926
O amante de Lady Chatterley, 1928
Contos
The Prussian Officer and Other Stories, 1916
England, My England and Other Stories, 1922
Não ficção
Twilight in Italy and Other Essays, 1916
Sea and Sardinia, 1921
Mornings in Mexico, 1927

Nascimento: David Herbet Richards Lawrence, 11 de setembro de 1885 (eastwood, Nottinghamshire, Inglaterra). Morte: 2 de março de 1930 (Vence, França).
Estilo e gênero: Escritor de poesia, contos e romances, Lawrence empregou o realismo escrito para debruçar-se sobre relacionamentos entre homens e mulheres.

Fonte: 501 Grandes Escritores - Editora Sextante - Pgs. 292-293

Comentários

  1. Isto é um presente! :D
    Meu favorito é O Amante de Lady Chatterley, mas gosto muito de Mulheres Apaixonadas, pelo enfrentamento entre Ursula e Rupert; o Arco-Iris, cujas descrições da natureza são deslumbrantes, e certas passagens descritivas-analíticas das relações entre os personagens - entre homens e mulheres - deveriam fazer parte de antologias; Canguru, um raríssimo, raríssimo caso de romance político que eu amei (e quem me conhece sabe como isto é uma exceção!); O Pavão Branco, seu 1º romance e que já tem quase todo o Lawrence; e outros menos votados, além de contos e novelas.
    Acho Lawrence um exímio prosador. Ele pode ser deslumbrante, incisivo, feroz; acho que lhe faltava senso de humor, mas ninguém é perfeito, né?

    Claire.

    P.s. Esqueci de dizer: seus textos criticos são de primeira.

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