(Preparem os Lencinhos Pt II) A Menina Que Roubava Livros



O que falar sobre esse livro? Além de ter sido muito bem escrito, e de mostrar uma visão do período da Segunda Guerra Mundial diferente da que costumamos ver, a história da pequena Liesel Meminger, nossa protagonista, é narrada por ninguém menos que a própria morte.



O trabalho da morte é simples: ela deve recolher as almas daqueles que morreram. Certo dia, passando pela Alemanha, ela encontra com Liesel no enterro de seu irmão mais novo, que ficou doente a caminho da cidade de Molching (para onde ia com sua mãe e irmã), e faleceu no trem.

Por que eles estavam indo para Molching? Veja só, os pais de Liesel tinham tendências comunistas, eram contra o governo (compreensível, já que estamos falando da época da ascensão do Hitler ao poder e o do Holocausto), portanto, enquanto os filhos ficassem com a mãe, eles correriam perigo.

Entendeu o que eles iam fazer em Molching? Não? Eu explico: eles iam morar com pais adotivos, pois viver com a mãe colocava a vida deles em risco. 


Não pegou os lencinhos ainda? Tudo bem, vai lá buscar que eu espero.

Liesel estava indo embora do cemitério quando nota que o coveiro deixou cair um livro preto no chão, O Manual do Coveiro, e ao invés de retornar o livro ao seu devido dono, ela o rouba. Apesar de não saber ler nem escrever, ela guarda o livro como uma lembrança de seu irmão. 

Chegando em Molching, ela conhece Rosa e Hans Hubermann, seus novos pais. Liesel não sabe lidar com o jeito imperativo de Rosa e não se dá bem com ela no início, mas Hans se torna seu verdadeiro pai, a coloca para dormir todas as noites para evitar que ela tenha pesadelos com a mãe e o irmão falecido, e quando descobre O Manual do Coveiro escondido no quarto da menina não a repreende, mas sim a ensina a ler e escrever para que possa entender o livro que tem tanto valor sentimental para ela. 

Sua nova família passa por dificuldades. Muitos negócios da cidade fecharam, quer dizer, foram fechados pelos nazistas, e Rosa, uma lavadeira, tem cada vez menos serviço. É tudo tão difícil que Hans troca maços de cigarro por dois livros usados para dar de presente para Liesel. Rosa e Hans tem dois filhos adultos, mas eles não ajudam em nada e só visitam no Natal, e, ao contrário dos pais, são a favor da Segunda Guerra e do Holocausto. 


Tinha muita gente louca no mundo nessa época, não?

Ao longo da história, conhecemos novos personagens, como o melhor amigo de Liesel, Rudy Steiner, um judeu, Max, que é acolhido por Hans (pois é filho de um amigo que lhe salvou a vida uma vez), o prefeito e sua mulher (que deixam Liesel ler sempre que quiser na biblioteca que tem em casa), entre outros.

Até aí tudo bem, certo? Não há nada demais em esconder um judeu no porão no meio da Segunda Guerra, correto? Não é como se o governo fosse inspecionar cada porão, correto? Não, errado. O governo inspeciona sim, pois os porões viram esconderijos em meio a bombardeios.

O que acontece com Liesel, Rosa, Hans, Max, Rudy, e todos os outros? Não vou falar! Leiam, pois esse livro é simplesmente fenomenal. Ah, e eu já mencionei que ele é triste?

Não, não, deixe-me explicar, ele é triste. Tris-te. T-R-I-S-T-E! Eu sou uma pedra, mas não deu para não chorar com o final. Sério. 


Fiquei desse jeito, só que menos fofa e com os olhos mais vermelhos e inchados.

Apesar de ser triste, vale muito a pena ler. A morte narra o livro, o que por si só já é incrível, a história é bonita e bem desenvolvida, gostei do estilo do autor, enfim, o livro é muito bom. Ah, e eu mencionei que ele tem ilustrações que ajudam a narrar a história e que essas ilustrações são lindas?



Em relação a visão que esse livro dá sobre a Alemanha na época da Segunda Guerra mundial, como mencionei no post sobre O Menino do Pijama Listrado, muitos alemães preferiam fingir que estava tudo bem, ignorar o que estava bem embaixo do nariz deles. Podemos culpá-los? Honestamente, não sei. Se um pai de família resolvesse se revoltar contra Hitler, a SS e a Gestapo, o que aconteceria com ele e os filhos? 

Entretanto, se todos tivessem se revoltado ao mesmo tempo, será que Hitler teria permanecido no poder? Nunca saberemos, mas esse livro ajuda a compreender como ele pode permanecer no poder por tanto tempo: muita lavagem cerebral e medo. 

Bem, o meu conselho é: leiam o livro. Vale a pena, vale os lencinhos, vale as lágrimas e principalmente, vale muitos elogios! Por hoje é só, pessoal, até a próxima!

Por: Gaby

Comentários

  1. Eu sempre tive um pé atrás com esse livro...principalmente por ter virado um bestseller. Mas ando abrindo exceções pra bestsellers porque tenho tido boas surpresas e essa sua resenha me deixou curiosa :)

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  2. Acho que só eu não curti muito esse livro né? E não é pelo fato de ser best seller ou não. Achei ótimo o começo do livro, mas depois ficou tão forçado, os personagens não me cativaram.

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  3. Esse livro é muuuuuuuito boooooom! Caracas, chorei que nem um bebê rs. Com esse tema de Segunda Guerra, li ele, O Diário de Anne Frank e O Menino do Pijama Listrado, mas esse foi sem dúvidas o melhor!

    www.resenhasealgomais.com.br

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  4. A parte em que os nazistas queimam um monte de livros no meio da rua é über-punk. Também chorei feito uma desgraçada com esse livro. Ótima indicação, Gaby!

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  5. Lembro dele desde que foi lançado e dos comentários também, sempre quis ler porque o título me chamava a atenção e porque se passa durante a segunda guerra, só desconhecia o fato de ele ser tão triste assim... antes de ler prometo reservar uma caixinha de lenços. rsrs

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