![]() |
Ophelia (1852) - by John Everett Millais |
Poe faz uso das evidências publicadas nos jornais da época e ambienta o conto ficcional na França, terra natal do incomum e casmurro Chevalier C. Auguste Dupin, o detetive que inspirou Sherlock Holmes e Hercule Poirot. A história segue os procedimentos das matérias jornalísticas, contando quem era a jovem Marie, onde ela trabalhava, que tipo de família tinha, se possuía algum relacionamento, como e em que circunstâncias foi encontrada morta, qual o procedimento da imprensa, do público e da polícia, já que o caso causou intensa comoção social à época. Marie (Mary Rogers) foi encontrada flutuando nas águas do rio Sena (Hudson River, USA, no caso real). Devido ao interesse social e falta de resolução, a história se tornou um verdadeiro mito criminal, e ninguém sabe o que realmente aconteceu. No conto de Poe, devido à sagacidade de Dupin em analisar minunciosamente o crime através das notícias da impressa, somado à sua habilidade lógica, científica e racional, o crime foi solucionado. Na vida real, o fato continuou obscuro. Alguns acreditam que Mary Rogers tenha sido vítima do ataque de uma gangue, mas o testemunho de uma mulher, Frederica Loss, chegou a revelar que Mary tinha sido vítima de uma tentativa falha de aborto. A polícia, no entanto, não deu crédito ao depoimento da mulher.
Ophelia (1883), by Alexandre Cabanel |
Indo e voltando, esse conto de Poe é parado, baseado apenas em análises de matérias, pesquisas e palpites. Antes do final, já tinha me chateado um pouco, já que esperava muito mais de Dupin - e por que não de Poe?! No derradeiro parágrafo, fechei o livro, levantei da cadeira, o recoloquei na estante e abri outro. Poe fica me devendo- sem problemas, eu vendo fiado sem neura.
Belíssimas imagens! Ainda farei um quadro desta Ophelia de John Everett Millais, sempre admirei essa pintura.
ResponderExcluirEsse conto é uma continuação do "Assassinatos na Rua Morgue", tenho-o em .pdf mas ainda não li, agora sei que não devo criar tantas expectativas assim. rs
Fico admirada com o teor perceptivo dos teus textos, adoro!
:-*