Sinopse:
Jonny Smith é um simplório professor secundário, acorda de um coma de cinco anos aparentemente sem sequelas, a não ser por uma área de seu cérebro danificada, que o impede de reconhecer certos objetos. Os médicos dão a essa área o nome de zona morta.Mas a zona morta abriga muito mais do que memórias esquecidas. Por conta dela, Johnny desenvolve o poder de prever o futuro e conhecer segredos íntimos das pessoas. Isso támbem é sua condenação - nela cresce um tumor que rapidamente suga suas energias.
Ganhei o livro de um amigo, uma
versão bem antiga (essa da capa) e com aquele cheiro característico. Ele disse que não tinha a
mínima chance de ler, por causa da rinite. E eu ligo pra rinite? Entre uma
virada de página e outra, era chuva de espirros! Mas aguentei até o fim,
hahaha.
A história de John Smith (nome
tão comum que até o próprio autor brinca com isso, nas páginas finais) é
interessantíssima. Publicada em 1979, retrata vários pontos da vida política e
cultural dos Estados Unidos, que lidos agora parecem brincadeira. Quando Johnny
acorda do coma depois de quase 5 anos e seu médico fala das invenções tecnológicas,
como o telefone em que se disca o número e a outra pessoa atende, sem
telefonista, e o vídeo cassete, é inevitável comparar com essa época em que a
gente aluga filme pelo controle remoto.
O livro é longo, e contado em
duas partes simultâneas: a recuperação de John e descoberta de suas habilidades
telecinéticas, e a mudança de Greg Stillson de vendedor de bíblias (e matador
de cachorros!) a deputado estadual. A trama em si tem poucos personagens, muito
bem ambientados e carismáticos, as coisas acontecem para John e eu pensava em
como o pobrezinho era azarado.
No fim das contas, John tem uma
visão de futuro assustadora, e enquanto um tumor em seu cérebro vai cada dia
mais debilitando-o, ele precisa decidir o que pode fazer para evitar a tragédia
de níveis internacionais. Apesar de ser paranormal, de prever o futuro, ele
será capaz de modificá-lo?
Stephen King nos saúda não só com
bom entretenimento. O livro não é despretensioso. Ele atiça nossas percepções
sobre realidade, fantasia, tudo o que acreditamos. A existência do destino e a impotência
humana de desviar-se dele. E, entrelinhas, o papel de Deus como Master of Puppets.
:)
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