Literaturas - Entrevistas do Le Monde

Falar sobre a importância do jornal francês Le Monde é minimizá-la. Ainda em meados da década de 1940, o periódico surgiu com a proposta da notícia muito mais do que informação, e sim, uma porta para o mundo, para a independência.

E foi exatamente isso o que eu percebi na coletânea de entrevistas lançadas na edição de 1990 do "Literaturas - Entrevistas do Le Monde", organizador Floriceno Paixão, editora Ática. Nomes como Norman Mailer, Saul Bellow, Friedrich Dürrenmatt e Yaşar Kemal ofereceram respostas sagazes que me fizeram repensar a forma de escrever, não apenas por seu caráter lúcido, mas pela vontade de não se intitularem "gurus do conhecimento", expediente que insiste em contaminar o mundo artístico/literário de qualquer geração.

Outra nota que vale a pena destacar faz referência ao direcionamento das entrevistas, cujo teor está totalmente distante da realidade narcotizada de alguns profissionais da imprensa, subjulgados por material fraco, perguntas dementes, inspirações redundantes, falta de repertório... A lista é imensa. Cabe salientar que o material foi coletado na década de 1980, famosa por ainda respirar ares ideológicos.

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